Noções básicas - Sistema de refrigeração

Para começar temos 2 tipos de refrigeração do motor num automóvel: a ar e e por líquido. Dentro da refrigeração por líquido temos o sistema simples de termosifão e o sistema de refrigeração forçada via bomba de água. Em ambos os casos, o sistema é pressurizado e estanque.

Refrigeração por ar

Os motores com pouca necessidade de arrefecimento devido às suas características de utilização e de potência específica utilizam o sistema de refrigeração por ar, quer seja forçada ou por simples convecção. Como exemplos mais conhecidos, temos o VW Carocha, o Citroën 2CV e grande parte das motos monocilíndricas.

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Refrigeração líquida por termosifão

Este tipo de refrigeração é utilizado hoje em dia em geradores diesel ou motores estacionários de baixa potência.
Devido à sua simplicidade - não necessita de bomba de água, radiadores com circuito de disparo dedicado, elementos que encarecem uma viatura - este sistema foi adoptado em carros citadinos e nos primórdios do automóvel. Como exemplo, podemos dar o Fiat 500 "Topolino".

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Este sistema usa um princípio simples de funcionamento. Simples, mas suficientemente poderoso para criar as grandes correntes oceânicas, responsáveis pelo clima mundial, entre outros aspectos.
Tendo em conta que um líquido ao aquecer se torna menos denso, este vai subir em relação às zonas mais frias. Assim, a água fria proveniente do radiador sobe dentro do motor, saindo por uma mangueira até ao topo do radiador onde irá arrefecer e descer. Este ciclo repete-se e cria a circulação da água no interior do motor, arrefecendo-o.
Este sistema é de circuito fechado pressurizado, que evita perdas de água e ao mesmo tempo aumenta o ponto de ebulição do líquido refrigerante, como se fosse uma panela de pressão utilizada vulgarmente na cozinha.

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Motor estacionário com sistema de termosifão refrigerado por radiador


Refrigeração líquida por bomba recirculante

Agora é que a coisa se complica.
Relativamente aos outros sistemas mais simples de arrefecimento, a refrigeração líquida por bomba recirculante usa mais uns quantos componentes necessários ao seu bom funcionamento - bomba de água, termóstato, válvulas.

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Na foto acima podemos ver os componentes deste sistema de refrigeração, bem como o esquema de circulação do líquido refrigerante.

Ao contrário do sistema por termosifão, este utiliza uma bomba de água para forçar a circulação do líquido dentro do motor.
Um componente-chave deste sistema é a válvula do termóstato. O que esta válvula faz é gerir a passagem do líquido do motor para o radiador.

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Termóstato

Quando o líquido de refrigeração está frio, esta válvula fecha-se e faz com que o líquido retorne ao motor. Quando o líquido atinge uma temperatura pré-estabelecida, cerca de 90ºC, a válvula abre-se e deixa o líquido passar pelo radiador, arrefecendo desta forma.


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Bomba de água

Quando o ar que passa pelo radiador não é suficiente para baixar a temperatura do líquido refrigerante, é accionada uma ou mais ventoínhas que forçam o ar entre as alhetas do radiador, o que irá diminuir a temperatura do líquido.

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Radiador com ventilador e tubagens


Refrigeração líquida com gestão térmica electrónica

Nos últimos anos, a Bosch desenvolveu em parceria com diversos fabricantes uma evolução do velhinho sistema de refrigeração do motor de controlo mecânico, dotando as centralinas de controlo electrónico do motor com um módulo de gestão térmica.
Este sistema inteligente controla através de uma bomba eléctrica, electroválvulas e actuadores, a circulação do líquido refrigerante. Deste modo, o motor funciona a temperaturas mais elevadas de forma controlada, aumentando a eficiência do motor de combustão interna.
A gestão gere também a quantidade de ar que passa pelo radiador abrindo ou fechando persianas atrás da grelha frontal do veículo; este processo ajuda igualmente a melhorar a aerodinâmica doveículo, contribuindo para menor consumo de combustível e emissões poluentes.
Este sistema está a ser estreado pela BMW nos seus modelos mais recentes.

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Líquido refrigerante

Tem-se falado neste artigo várias vezes sobre o líquido de refrigeração que circula no interior do motor.
Este é constituído por uma mistura de água e um anti-congelante, normalmente, um álcool de nome etilenoglicol.

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Deve-se ter cuidado, ao repôr o nível do líquido, com as proporções máximas admissíveis, 60/40 de anti-congelante/água. Ao contrário do que se possa pensar, demasiado anti-congelante pode provocar falhas gravíssimas no circuito de arrefecimento do motor!

Deve-se também guardar cuidadosamente as garrafas de anti-congelante em casa, fora do alcance das crianças e dos animais, pois o etilenoglicol e similares possuem um sabor doce que esconde a sua toxicidade mortal.

Cuidados a ter

A manutenção do sistema de refrigeração do nosso automóvel pode ser feita de forma simples, ao alcance de todos, evitando desastres potenciais de valor monetário muito elevado.

Antes de qualquer intervenção, deve-se deixar arrefecer o motor e abrir sempre com cuidado quaisquer tampas do circuito de refrigeração, sob o risco de queimaduras graves.


1-Nível do líquido de refrigeração
Junto ao motor ou junto do radiador, temos o vaso de expansão. O nível de líquido deve ser verificado com o motor frio pelo menos uma vez por mês e/ou antes de viagens mais longas, especialmente no Verão. O líquido deve estar situado entre os níveis máximo e mínimo, marcados no plástico.
Se apresentar uma coloração castanha ou escura, ao invés do normal verde ou laranja, deve-se contactar uma oficina para mudar o líquido refrigerante e detectar possíveis falhas ou fugas no circuito.
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Vaso de expansão

2-Radiador
O radiador deve-se apresentar livre de obstruções como folhas, plásticos, papéis, terra, etc.
As obstruções não permitem uma circulação correcta do ar entre as alhetas do radiador, provocando um arrefecimento deficiente do líquido de refrigeração.

3-Fumo branco
Pode acontecer que de um momento para o outro vejamos fumo branco a sair de dentro do capôt ou pelo escape, água na vareta de medição do nível de óleo do motor ou óleo à superfície do líquido de refrigeração no interior do vaso de expansão (mais raro).
Regra geral, isto indica uma junta de cabeça queimada ou mesmo uma fuga grave de líquido refrigerante através de uma fissura no bloco do motor ou na cabeça do mesmo.
É sinal de que vêm aí tempos difíceis para a carteira se não tomarmos a decisão urgente de levar o automóvel para uma oficina.

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